PÁRIA DO AMOR
JOTA NIL
(Tácito Silveira da Mota)
De olhar parado e quase agonizante,
o pobre moço andeja embriagado
pelas ruas do Centro deslumbrante
de vida, e de rumor desapiedado.
Ao seu lado, sob a garoa fina,
ela passou bem rente a si, ligeira,
loira, numa figura à cartolina
de boas-festas, rindo prazenteira...
Ele esfregou os olhos estonteado
ante aquela visão de iluminura:
o seu sonho real, concretizado!
E a cidade monstruosa, indiferente,
ficou a rir do seu olhar-ternura,
- na agonia do seu amor nascente...
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