LAVADEIRAS
JOTA NIL
(Tácito Silveira da Mota)
Entre barrancos altos, corre o rio.
E numa enseada bate o sol em cheio,
onde refulgem résteas no erradio
das águas lamacentas. E no meio
da margem uma tábua. O mulherio
trabalha; bate a roupa e, num boleio
de corpo, agacha-se no correntio
para lavar depressa, num receio
de que talvez o tempo mude... Agora,
estendem no varal as peças limpas,
pingando, para enfim, em chegada a hora,
recolherem enxutas, e dobradas
formarem as enormes trouxas claras,
que levam à cabeça, equilibradas...
Nenhum comentário:
Postar um comentário